12 nov 2018
12 nov 2018
Elizabeth fala sobre o final de YOU com a Vulture
Artigo

Via;
Tradução e adaptação por Elisa – Equipe ELBR;

ESTE POST CONTÉM SPOILER SOBRE O FINAL DA PRIMEIRA TEMPORADA DE YOU. VOCÊ FOI AVISADO.

Elizabeth Lail teve seu primeiro grande papel interpretando Anna de Frozen na série Once Upon a Time, da ABC, mas seu segundo papel principal em YOU da Lifetime está muito longe da fantasia. Beck, a jovem escritora que interpreta, é uma mulher de vinte e poucos anos navegando por sua carreira, amizades e vida romântica em Nova York quando conhece um aparente rapaz encantador chamado Joe Goldberg (Penn Badgley), que acaba sendo um psicopata perseguidor e assassino.

Como os telespectadores viram no final da temporada de domingo à noite, Beck quase consegue sair viva das garras de Joe. Mas no final, o homem que matou o amigo de Beck, sua melhor amiga e o namorado abusivo de seu vizinho, acaba matando a pobre Beck também. Lifetime já deu à série uma segunda temporada e Badgley vai reprisar seu papel, mas nenhum dos outros  atores principais da primeira temporada conseguiu sair vivo para se juntar a Joe em sua próxima aventura psicótica. Antes do final, Lail conversou com Vulture sobre trabalhar com Badgley, o que a série reforçou em sua mente sobre relacionamentos românticos e mídias sociais, e por que ela está chateada por não fazer parte da segunda temporada.

O que te atraiu para interpretar Beck?
Eu realmente me relacionei com Beck, com sua luta. Sua luta humana – não necessariamente seu problema de perseguição. [Risos] E, sorte minha como atriz, normalmente passo pelas mesmas coisas na vida cotidiana com relacionamentos, amizades e apenas sobrevivendo em Nova York. Eu realmente gosto desse lado, e então isso só aumenta no final com seu namorado que gosta de enjaular as pessoas.

Em um dos últimos episódios, Beck fala sobre a sua vida ser uma bagunça, mas que não precisa de alguém para consertar isso para ela. Mas eu sinto que a vida dela era a vida de uma pessoa normal de vinte e poucos anos, apenas descobrindo o seu caminho no mundo. Ela não parecia uma bagunça. Você concorda?
Sim! Todo mundo era tão duro com ela. Eu acho que nessa idade – ou eu deveria realmente dizer, na minha idade – tudo é mais difícil porque você está pensando em como viver sozinho, ou ter um emprego fixo, e qualquer que seja a bagagem do seu dia-a-dia a vida obviamente influencia o peso da sua luta. Beck, infelizmente, tem um ego particularmente grande e baixa auto-estima.

A série nos faz pensar por que estamos dispostos a perdoar homens horríveis e por que é tão fácil culpar as mulheres. Beck é criticada por não perceber alguns sinais alarmantes, por exemplo.
As pessoas são realmente duras com ela, mas acho que você não pensaria necessariamente no pior cenário possível. Beck tem uma conexão real com Joe. Isso não é apenas o que ele manipulou. Há algo entre eles que é real e que, infelizmente, cega você para todos os sinais ruins.

Temos o benefício de saber tudo, mas para ela, ele é apenas um cara bonito e atencioso.
Isso. Além disso, ele não pensa só nele. Ela traiu ele. A culpa dessa traição entra em cena e talvez explique por que ela gostaria de estar com ele, mesmo depois disso.

Já que você tem a idade de Beck e mora em Nova York também, trabalhar nessa série fez você pensar de forma diferente sobre como abordar novos relacionamentos? Ou como usar as mídias sociais de maneira diferente?
Isso me lembrou que há muitos julgamentos antes mesmo de você conhecer alguém. Quando Joe e Beck se encontram, ele faz todas essas suposições sobre ela apenas da Internet. Se alguma coisa, me fez pensar, esse não é o caminho a seguir. Você deve tentar conhecer pessoas e ter sua própria experiência e fazer o seu julgamento sem ser obscurecido por sua persona no Instagram. Então isso não me deixou nervosa ou com medo, apenas me lembrou que eu quero conhecer pessoas de um lugar honesto, real e face a face.

Ele atribui um monte de motivações para ela com base em seus posts, suas roupas e todos os tipos de coisas superficiais.
Ela poderia ter evitado muito desgosto se ele não tivesse feito todas essas suposições.

Você acha que isso é uma história de alguma forma?
Eu sou uma daquelas pessoas que odeia cortar o amor de alguém. Eu gosto de dizer que o que quer que tenha sido amor para você naquele momento, então foi. Esperançosamente, está crescendo e você pode olhar para trás e pensar “Isso foi principalmente luxúria ou principalmente apego”, o que obviamente é o que é com Beck e Joe. Certamente não é um amor para se desejar, mas acho que para eles, eles estavam fazendo o que eram capazes na época. É uma história de amor assim, mas do tipo com mais reviravoltas. Não é amor em sua forma mais pura, onde um homem está resgatando uma mulher, mas na verdade apenas a trancou em uma gaiola. Isso não é amor. Há uma parte de mim que diz: Isso obviamente não é amor. Mas foi para eles em um período de seu relacionamento e, no final, ficou muito claro para Beck que não há amor real emanando de Joe. Ele é psicótico.

O que te surpreendeu enquanto você interpretava o papel?
Quando ensaiamos uma cena, nem sempre agimos completamente – dependendo do que o diretor quer, ou do que a cena exigia – e houve algumas vezes em que eu dizias as falas e começava a chorar. A vontade vinha do nada. Quando ela fala: “eu não sou bom o suficiente para você”, algo realmente perturbador e triste e revela seu nível de auto-estima. Houve pelo menos duas vezes em que eu estava dizendo as palavras e, de repente, eu estava chorando porque sinto por ela. Minha compaixão fica com ela.

Quando você soube que ele realmente mataria Beck?
Eu sabia isso antes de aceitar o papel. Quando eu fiz o primeiro teste, não sabia para o que era. Na primeira audição, eu estava em um bar bebendo com amigos, lendo poesia. Essa foi uma das minhas cenas. E depois flertando com um cara em um táxi. Eu não sabia exatamente para o que eu estava fazendo o teste, e então comecei a ler o livro, e eu realmente não achava que ela morreria. Eu pensei que seria uma justiça heróica no final, mas é mais verdade que ela morra, infelizmente. É mais provável que alguém morra nessa situação.

Ela quase fugiu!
Eu sei! Ela estava tão perto. Paco, abra a porta! É tão triste. O fato de que Joe manipulou Paco, que ele tinha a confiança de Paco tão completa que ele nem sequer abriria a porta naquele momento, isso é assustador.

É um pouco assustador o quão bom Penn Badgley está nesse papel assustador. O que achou de trabalhar com ele?
É tão engraçado. Ele não é muito assustador na vida real. Ele emana bondade, é engraçado porque quando estávamos filmando alguma coisa, e todo mundo falava, “Penn, isso foi incrível”. E, claro, eu estava sempre costas para ele porque ele está assistindo e perseguindo Beck. E eu perguntava a ele: “O que você fez que foi tão incrível?” E ele dizia “Honestamente, não faço ideia. Aparentemente, eu sou naturalmente esquisito.”

Você se sentiu assim em cenas com ele? Você se sentiu como se ele fosse diferente? Ele te aborreceu?
Na verdade não. No final, Beck está andando no modo de luta ou fuga. A gaiola lhe dá alguma liberdade. Ela está tão brava no final. Sua raiva sai. Ela não apenas interpreta a vítima – ela realmente luta por sua vida. Ela também joga com ele, o que eu amo. Não foi enervante porque eu conheço Penn tão bem, e na maioria das vezes Joe era muito charmoso com meu personagem. Foi só lá no final.

Quanto tempo você filmou na gaiola?
Foi mais ou menos uma semana. Eu estava na jaula durante a maior parte do episódio final. Eu morei naquela coisa. Soa estranho, mas era como o meu próprio quarto privado. Eu podia ir lá e aquietar minha mente, e explorar a situação porque as portas estavam fechadas. Todos os membros da equipe estavam no escuro ao meu redor. Eu não conseguia ver ninguém. Eu estava preocupada em perder minha voz. Eu tentei realmente proteger minha voz e minha resistência emocional. Eu tive que realmente me aquecer. Eu só tinha que dizer ao meu corpo que isso não é real, e está tudo bem, apesar do trauma que passamos.

O que você fez depois para tirá-lo do seu sistema?
Uma coisa que ajudou é que eu conversava com Penn e nós dividiríamos o dia juntos. E então muito disso estava desaquecendo minha voz. É muito exercício para desaquecer e muito chá e mel, práticas calmantes e tomar banho no final da noite. Eu sobrevivi!

Fiquei triste da Peach sair da série tão cedo. O que você achou de seu personagem e como você trabalhou com Shay Mitchell?
Que grande personagem. Peach tinha muitos problemas que, infelizmente, ela estava descontando em Beck. Eu não sei o que a Beck tem, mas todo mundo é obcecado por ela. Eles acham que podem consertá-la, ajudá-la, controlá-la. Um outro motivo de eu também amar o final, quando ela diz: “Eu estava vivendo minha vida, eu dou conta.” Ela dava. Ela quase viveu.

Todos reagem como se ela fosse uma donzela em perigo, mas o espectador a vê de forma diferente.
Estávamos a vendo em um momento em que ela está começando a falar por si mesma, mas, assim como em seu relacionamento com Peach, essa é a primeira vez que ela bate o pé. Onde ela diz: “Você é obcecada por mim? Se você é, tudo bem, se essa é sua preferência sexual, tudo bem. ”Essa é a minha opinião, ela está encontrando sua voz durante toda esta temporada, que é outra razão pela qual é tão doloroso que ela morre – porque no final, ela cresce tanto, até como artista. Pobre Beck.

O que você acha da reviravolta que a ex de Joe, Candace, está viva?
Em partes eu fico “Porque só ela pode ficar viva?”

Exatamente!
Eu poderia ter ido para a Itália. [Risos] Maz faz parte da boa série de TV. Isso adiciona uma surpresa, especialmente depois que eles mataram Beck.

Você está chateada por não voltar para a segunda temporada?
Sim porque adorei trabalhar com a Penn. Pobre Penn. É só ele e mais ninguém. A série é só ele agora.