02 mar 2019
02 mar 2019
Elizabeth é a capa da NKD Magazine!
Ensaios · Entrevista · Photoshoot

Elizabeth é a capa da edição de março da revista NKD! Fotografada e entrevistada por Catherine Powell, Elizabeth visitou a Color Factory, uma exibição interativa em SoHo. O styling ficou por conta de Sarah Slutsky, maquiagem por Jamie Dorman e cabelo por Matthew Monzon.

Fizemos a compra da cópia digital da revista e abaixo, você confere a entrevista traduzida com exclusividade, além dos scans da edição deste mês:

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Scans > 2019 > NKD Magazine – Março

Via;
Tradução, adaptação e scans por Elisa – Equipe ELBR;

ELIZABETH LAIL fala sobre sua carreira crescendo aos poucos e o sucesso da noite para o dia de ‘YOU’

“Fui em uma sessão de terapia uma vez e a primeira pergunta que fizeram foi: ‘com foi seu nascimento?'” Elizabeth Lail me conta enquanto sentamos – literalmente – em cima de um aquecedor de uma cafeteria em SoHo. A temperatura é de quatro graus lá fora e tem gelo nas janelas, por isso o aquecedor. Resisto a vontade de brincar dizendo que “o frio não vai mesmo me incomodar”, em referência ao seu primeiro papel no drama inspirado em Disney na ABC, Once Upon a Time.

A resposta para a pergunta de seu terapeuta foi que ela teve uma uma calma e fácil entrada ao mundo e ela acredita que “calma” é uma resposta muito apropriada para descrever a história da sua vida. Nascida e criada na Carolina do Norte, quase toda a vida de Elizabeth foi confinada na Costa Leste. Quando criança, ela sempre inventava histórias sozinhas em seu quarto e então no ensino fundamental, a mãe de Elizabeth a forçou fazer um teste de uma peça, esperando que a fizesse menos tímida. “Eu fiquei aterrorizada,” ela admite. Mas ela conseguiu um papel pequeno e – mais importante – fez amigos. “De repente estava rodeada por pessoas que eram interessantes para mim,” ela diz.

Ao fim do ensino médio, atuar era tudo que Elizabeth fazia. Depois de participar de produções teatrais durante o ano e ir em acampamentos de teatro nas férias, ela se inscreveu em um programa de teatro para o ensino médio e passou. Lá, ela foi preparada para audições de faculdade e eventualmente entrou em um curso com grade estilo conservatório, onde ela estava super focada em construir seu repertório por quatro anos. “Atuar é a coisa que eu nunca parei de fazer,” conta ela.

Antes de entrar na faculdade, Elizabeth fez um teste aleatório para The Royal, da E! Network, que ela gravou em fita e que chegou até a fase das leituras, ao lado de William Mosley. Mesmo não tendo conseguido o papel, ter chegado longe assim em seu primeiro teste abriu as portas para quando ela terminasse a faculdade. Quase imediatamente depois de sua colação de grau, ela fez um curso sobre audições e um mês depois conseguiu seu primeiro papel como Anna em Once Upon a Time.

“Nunca senti tanta felicidade,” diz ela sobre toda sua experiência em Once Upon a Time. Tirando interpretar literalmente uma princesa como seu primeiro trabalho, sua experiência em trabalhar e viver em Vancouver foi nada além de positiva.

“Eu via atores que era muito bons em seus trabalhos, e foi bom porque não havia pressão em mim e tinha permissão para somente absorver tudo,” diz ela. “Foi mágico, foi literalmente a época mais emocionante que aconteceu na minha vida, até hoje.”

Elizabeth esteve na série durante a metade da quarta temporada e por causa do grande número de fãs, viu o aumento do fluxo de atenção nas redes sociais logo que o anúncio de sua escalação saiu. “Os fãs de Once Upon a Time são muito intensos, mas dão muito apoio.”

“A melhor parte de Once Upon a Time foram os amigos que fiz lá,” diz ela. Ela ainda mantém contato com alguns de seus co-stars, como Colin O’Donoghue, com quem desenvolveu uma amizade tão grande que sua família recebeu a visita dela e de suas amigas quando visitaram a Irlanda há alguns anos. “Tínhamos ido ao bar e quando voltamos [a esposa de Colin, Helen] havia feito vários sanduíches de batatas fritas,” Elizabeth lembra, rindo.

Depois de OUAT, Elizabeth estrelou a série, de apenas uma temporada, Dead of Summer e fez algumas participações em várias séries. O que nos leva à YOU, o drama da Lifetime que teve uma audiência tremendamente maior depois que estreou na Netflix, no dia depois do Natal que estrela Elizabeth como Beck, uma aspirante a escritora em Nova York, que vira a obsessão de Joe (Penn Badgley), dono de uma livraria.

O roteiro chegou à Elizabeth há mais de um ano e sua reação inicial foi “Como eles vão fazer isso funcionar?” Séries que dependem muito da narração geralmente não tem muito sucesso mas a série já havia sido aprovada baseada no roteiro do piloto. “E aí eu li o livro…” ela diz sorrindo.

Toda sua experiência filmando YOU – bem como Once Upon a Time – foi maravilhosamente positiva. Alguns membros da equipe e elenco viraram uns de seus amigos mais próximos e sempre recebeu muito suporte no set. “Não percebemos o que estávamos fazendo até começar,” ela admite, “uma vez que você começa, fica muito mais claro que o que Joe está fazendo é terrível.”

Antes da estréia, YOU teve a segunda temporada confirmada. Mas quando a série estreou na Lifetime em setembro passado, teve pouco sucesso, com menos de um milhão de telespectadores semanalmente. Porém, quando chegou na Netflix dia 26 de dezembro, virou um sucesso da noite para o dia. Em uma rara divulgação de audiência, a Netflix confirmou que mais de 40 milhões de contas haviam assistido YOU – colocando um foco drasticamente maior em Elizabeth e seus colegas de elenco.

“É bem conflitante porque o conteúdo da série é bem controverso. É bem politicamente incorreto,” diz ela. “E, alerta de spoiler, a mulher não vence no final. O homem branco sim.” Porém, por causa da natureza complicada da série, Elizabeth acabou cúmplice de conversas sobre o conteúdo da série. “Fosse sobre Beck e Joe ficarem junto, não importando quem ele matou ou pessoas que ficar irritados com Beck por tomar decisões erradas,” ela lembra.

“Acho que todos tomamos decisões erradas na vida e para mim, é muito fácil se identificar com a Beck,” ela continua, “ela está descobrindo como virar adulta e como estar numa relação saudável e tem trauma que vem da sua infância.” E mesmo que o público entenda ambas infâncias traumáticas de Beck e Joe e como isso modifica os adultos que são, um dormiu com o terapeuta e outro matou pessoas; um pode ser perdoado e o outro não. “Não quer dizer que justiça tenha que ser feita. Não quer dizer que Joe justifica seu mau comportamento só por ser charmoso e agradável,” diz ela.

A série mostra visões interessantes de como estamos programados como sociedade para torcer pelo heroi a todo custo – mesmo quando ele é problemático. “O quão longe estamos dispostos a ir para perdoar um homem branco é infinito,” refleti Elizabeth, “É interessante ver as teorias das pessoas sobre isso e a esperança é que todos cheguem a conclusão que temos problemas ao torcer por Joe. Como chegamos aqui e como mudamos?”

Por razões óbvias, Elizabeth quer que Beck tenha justiça, que foi tragicamente assassinada por Joe na season finale. Por isso, Elizabeth não aparecerá na segunda temporada, a não ser que flashbacks de alguma forma sejam incluídos. a própria Elizabeth não leu o segundo livro e não sabe como – ou se – a temporada seguirá o livro, então não sabe dizer se a justiça de Beck será feita após ser morta, mas imagina que não. “Porque é o mundo em que vivemos. Qual a frequência em que isso acontece? A série em si talvez dependa desse problema sempre existir,” diz ela. Mesmo não tendo certeza de quantas temporadas a série terá, Elizabeth espera que quando terminar, é quando a justiça virá.

Sem querer dar detalhes, Elizabeth sabe qual será seu próximo ato. Mas enquanto isso, Elizabeth está usando seu tempo para crescer como pessoa e atriz. Ela está animada para ver se alguma oportunidade aparece com o sucesso de YOU, e tem altas esperança que sim. “Sempre me perguntam ‘o que mudou?’ e a resposta é nada,” diz Elizabeth, “meus amigos são os mesmos e a forma que abordo meu trabalho é o mesma”.

A diferença notável na vida de Elizabeth, no entanto, é o contagem dos seguidores. O repentino fluxo de seguidores fez Elizabeth “participar mais” nas redes sociais do que antes. “Acho que não estou indo bem, na verdade,” Elizabeth ri, “Eu só jogo as coisas lá e espero que gostem”. Tirando o fato do assassinato de sua personagem ter sido resultado de stalkear as redes sociais, Elizabeth se vê nas plataformas mais do que nunca. “Mas minha vida dos sonhos não tem redes sociais,” diz Elizabeth, “Não que você precise agora, mas acho que vale se você está tentando crescer como artista.”

Morando em Nova York, Elizabeth espera trabalhar mais com teatro – o tipo de trabalho que ela cresceu fazendo e se apaixonou. “Sempre aceito quando vem até mim, mas é um mercado muito mais difícil porque existe bem menos,” diz ela, “Com televisão e filmes, você cria pequenas famílias, mas o teatro tem a sua própria pequena comunidade.” Mas almejando sua carreia em um futuro próximo, ela vê mais portas se abrindo para trabalhos na televisão e filmes e fica feliz em ir nessas direções também. Saindo de uma série moderna, ela agora adoraria fazer alguma coisa de época – mas sabe que não é ela que decide. “Tenho vários sonhos, mas percebi que na minha vida a realidade é melhor que o sonho”, diz ela.

Seguindo um trabalho que mudou sua carreira e seu ano, Elizabeth está abordando 2019 como o “Ano da Maravilha”. “Decidi esse ano que ao invés de criar resoluções e objetivos, vou acrescentar valores à minha vida,” diz ela, “E meio que tenho feito tudo pequeno mas de forma efetiva. Estou me livrando da pressão para ser perfeita.”